domingo, 4 de dezembro de 2011

Amnesia

O sol brilhava forte lá fora, as janelas continuavam fechadas com o cabo de vassoura segurando-as, era verão e eu estava suando bastante. Não ventilava nada, nem uma brisa fria, apenas um vento vaporoso. O Céu deveria estar como antes, sem nenhuma nuvem.
Acabando de acordar, tirando aquela camiseta que quase me afogava de suor, as restas do sol brilhavam na cerâmica do chão devido a umas pequenas crateras no telhado, uma resta pequena queimava meu rosto, estava muito irritado e não desejava acordar naquela hora. Era como se alguem ou alguma coisa estivesse me chamando para lá fora.
Agora quase nu, eu me levanto desatentamente e derrubo mais uma vez os livros da cabeceira. Pensei em agachar mas meu corpo estava muito sedentario para fazer logo quando acordei, eu não me sentia velho, somente preguiçoso. Pra falar a verdade, fazia muito tempo, não sei bem quando foi minha ultima atividade física. Eu não sabia praticar nenhum esporte, sempre perdia ou errava tudo e recebia gritos, mesmo assim eu praticava, me sentia exageradamente profissional só de estar participando do jogo.
Dobrando a esquina do quarto com a cozinha vejo tudo arrumado, surpreso, não me lembro de ter organizado a cozinha ontem a noite. Ouço o barulho da descarga vindo do banheiro, estava assustado e volto correndo pro quarto e pego o pedaço de vassoura da janela para bater nesse invasor.
Fiquei na porta do banheiro esperando esse tal ladrão sair, a porta foi destrancando lentamente, eu levantei a vassoura conforme a porta se abria e quando vi os pés descalços saindo lentamente, o cabo da vassoura quebrou na cabeça dele. (sim, era um homem, um bandido!). Ele não desmaiou, a vassoura partida em dois pedaços não surtiu efeito na cabeça do homem, ele fez uma careta de dor, mas rapidamente voltou ao normal, estava sério e muito irritado, ele agachou-se rapidamente e apanhou a outra metade da vassoura e gritou. "O que você está fazendo? Você é louco?". Ele era alto e forte não me bateu mas me puxou pelo braço, que nem pude alcançar o chão, agora eu iria morrer! Ele vai me bater e depois me enterrar no quintal da casa ficar com tudo que eu tinha. O gigante me puxou para perto e me chamou de louco, os olhos dele estavam brilhando de raiva, ele me carregou pelo braço direito até a mesa da cozinha (Meu braço chegou a doer). Ele me jogou na cadeira e reparei que na mesa estava todo um café da manhã preparado. Mesmo assim não fazia sentido um cara na minha casa.
Cheguei a perguntar o que ele estava fazendo na minha casa ele comentou. "Não se lembra do que aconteceu na noite passada?".

0 comentários:

Postar um comentário

 
© Copyright 2011 Arquivos de Marte
Todos os textos deste blog estão protegidos pela LEI Nº 9.610. Se copiar, cite a fonte. Tema do Blogger